Foto: Luís Francisco Prates/Prefeitura de Limoeiro

A Prefeitura de Limoeiro, por meio das secretarias municipais integradas, reforçará o apoio logístico e publicitário ao Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na manhã desta sexta-feira (2), o prefeito Orlando Jorge e o supervisor regional do IBGE, Francisco Eudes, coordenaram uma reunião pautada na parceria para estratégias de resolutividade de dificuldades enfrentadas pelos recenseadores na coleta de dados.

De acordo com dados do IBGE, Limoeiro atingiu 70% do Censo coletado, porém, há registro de grande incidência de desinformação por parte das famílias visitadas. O supervisor apresentou números e relatou que existem moradores que não estão querendo prestar informação devida de cada residência. “Há outros sonegando, não querendo em hipótese alguma prestar informação para o Censo, e outros se recusando dizer que mora naquele domicílio”, detalhou Francisco.

O levantamento parcial realizado pelo instituto mostra que mais de 700 famílias limoeirenses deixaram de prestar informações ao IBGE: ou recusaram ou o imóvel estava fechado. Num cálculo simples, multiplicando esse número por três membros na família, são 2.100 pessoas a menos no fechamento do número de habitantes. São nomes que estão deixando de ser computados do mapa demográfico do município e do país, o que acaba mostrando um relatório diferente da realidade.

Preocupado com esse cenário, o prefeito aceitou a convocação do IBGE e reassumiu o compromisso de a gestão colaborar com a coleta de dados – atuando diretamente no trabalho de conscientização das famílias. “Os números do Censo apresentados pelo IBGE nos preocupam. Em Limoeiro, tem muita gente recusando dar informação ou dando informações erradas de propósito, achando que pode ser prejudicado ou beneficiado, e isso não é bom para cidade nem para população”, alertou Orlando.

O gestor municipal explicou que a coleta de dados nos domicílios não é pesquisa eleitoral, mesmo estando ocorrendo simultaneamente ao período da eleição. “Isso não é bom, pois algumas pessoas confundem. O último Censo foi realizado em 2010, e agora temos a oportunidade de mostrar às três esferas de governo que Limoeiro cresceu, que a população cresceu, que os bairros cresceram, que a cidade se desenvolveu. E na hora que você não dá informação ou repassa errada, prejudica”, lamentou Orlando.

A ausência de dados concretos ou a informação incorreta reflete na queda da média de moradores e, consequentemente, afetará no resultado final da população. Tudo isso provocará perda nos repasses de recursos federais e estaduais enviados ao município. Segundo a legislação, quem se nega ou repassa informação errada durante a entrevista pode ser multado em até 10 salários mínimos. “O IBGE não quer de maneira alguma usar essa ferramenta. Buscamos o diálogo”, pontuou Francisco Eudes.

São a partir das informações obtidas durante o Censo Demográfico que as políticas públicas são planejadas para os diversos setores da sociedade. “Isso diz respeito ao bem-estar das pessoas, sobretudo das famílias de baixa renda, às políticas compensatórias, aos programais sociais que ajudam a população. Na hora que você dá uma informação errada, o município perde, o povo perde”, lembrou Orlando Jorge, afirmando que a prefeitura estará no trabalho de sensibilização das igrejas, das associações e da sociedade civil.

Grupo de Trabalho para fortalecer o Censo 2022 será formado

Foto: Luís Francisco Prates/Prefeitura de Limoeiro

Como saldo da reunião, o prefeito disse que está sendo criado um Grupo de Trabalho (GT) específico para acompanhar o Censo Demográfico na parceria com o IBGE, disponibilizando assentos para Câmara Municipal de Vereadores e para as secretarias municipais de Desenvolvimento Social e Cidadania, de Saúde, de Educação e Esportes e de Administração e Tecnologia. O objetivo, segundo Orlando, é convencer os moradores de Limoeiro a prestarem informações corretas. “Temos certeza de que nossa população é mais de 60 mil habitantes. No entanto, no último Censo não houve essa preocupação por parte da gestão e o número de habitantes não é o correto. Isso é o que desconfiamos. Nós queremos ter a certeza se Limoeiro tem 60 mil, 65 mil ou pouco mais. Agora não dá para ficar aquém, porque a cidade perde de conseguir programas e políticas que sejam importantes para a população. Por isso, fazemos esse apelo para que recebam bem os recenseadores”, conclamou Orlando.

Entre as estratégias traçadas pela Prefeitura de Limoeiro para ampliar o número de questionários respondidos corretamente e garantir informações verdadeiras, assim como melhorar a recepção aos recenseadores, estão reuniões com as igrejas (religiões em geral), associações comunitárias e representações da sociedade civil. Os Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias também serão orientados a facilitar o acesso de recenseador aos imóveis que estão fechados no momento da visita. Nas escolas, as crianças serão sensibilizadas a orientarem os pais para prestar informações corretas ao Censo.

Identificação e Segurança

Foto: Luís Francisco Prates/Prefeitura de Limoeiro

De acordo com o setor de comunicação do IBGE, é comum as pessoas sentirem receio em receber pesquisadores em sua casa ou em seu estabelecimento. Pensando nisso, o IBGE criou o portal “Respondendo ao IBGE”. A página permite que qualquer pessoa comprove a autenticidade dos agentes por meio do nome ou do número do RG, do CPF ou da matrícula, expostos no crachá do pesquisador.

A página nasceu do projeto interno “Oficina de Relações com o Informante”, que visa sensibilizar os brasileiros sobre a importância do IBGE no conhecimento da realidade do país. Além de consultar a identidade dos agentes, é possível conhecer os tipos de pesquisas aplicadas pelo instituto e esclarecer dúvidas sobre as entrevistas e a política de proteção de dados.

Para o servidor do IBGE, Alex Waghabi, idealizador do projeto, o principal propósito da página é garantir a segurança e a privacidade dos informantes. “A plataforma explica porque aquele cidadão ou estabelecimento foi sorteado para participar da pesquisa e garante que as informações passadas ao IBGE estão sob o sigilo estatístico”, destaca.