Um misto de beleza arquitetônica, história e recordações. Assim pode ser descrito o cenário da Praça Comendador Pestana, no Centro de Limoeiro, que também engloba o Pátio de Eventos Toinho de Limoeiro. Os prédios históricos do Açougue Público, do Mercado Público e do Governo Municipal simbolizam parte da construção da cidade, que traz 210 anos de histórias e representativas edificações. Neste 17 de agosto, Dia do Patrimônio Histórico, a beleza predial abrilhanta ainda mais as “páginas” da Princesa do Capibaribe.

Pisar ao centro do pátio, girar 360 graus contemplando a riqueza de detalhes dos imóveis é viajar no tempo, entendendo o passado para compreender o presente e preparar o futuro. E como Patrimônio Histórico é um bem que possui um valor muito grande para a sociedade, o núcleo de prédios históricos que existe no centro de Limoeiro abrilhanta a cidade, seja na beleza, na história, na arte, na cultura, na política, enfim, em cada detalhe que faz o limoeirense sentir orgulho do seu pedaço de chão.

Prédios comerciais também estão na história. É inegável que, com o passar das décadas, muitos perderam a originalidade, outros foram demolidos para ceder espaço para construções mais modernas. Porém, alguns resistiram aos avanços da engenharia e, ao menos, mantiveram particularidades originais, a exemplo da Loja Narciso Enxovais, o antigo Armazém Narciso Maia, que antes era o Armarinho São João. O estado de conservação é classificado como heterogêneo, ou seja, apresenta substituição de alguns elementos originais por novos.

Atualmente, a gestão municipal vem trabalhando para manutenção e recuperação desses prédios. O antigo açougue está sendo transformando no Centro de Artesanato. As obras estão em execução por meio de convênio firmado entre Governo Federal, Governo do Estado e Prefeitura de Limoeiro. O popular “mercado de farinha” também passará por nova reforma e modernas instalações elétricas. Serão utilizados recursos federais oriundos de emenda parlamentar, cujo projeto está em andamento sob a coordenação da administração do município.

Com “Terra Amada” como slogan da Prefeitura de Limoeiro, o prefeito Orlando Jorge tem focado em ações que mantenham viva a história do município. E os prédios antigos são peças fundamentais. Um amplo trabalho de catalogação, mapeamento e revitalização faz parte do plano de trabalho do setor cultural. A celeridade para que os prédios do açougue e do mercado passem pelas melhorias mostra que o trabalho já começou. A conscientização para que as famílias detentoras de prédios históricos preservem a originalidade também vem sendo discutida e a valorização desses espaços tem sido destacada nas redes sociais oficiais da Prefeitura.

Iniciada a construção em 1905, o Palácio Francisco Heráclio do Rêgo, sede do Governo Municipal, segue em uso até os dias atuais com as características originais, o chamado estado de conservação homogêneo. O prédio ocupou o lugar de uma cadeia, que sedia parte de suas salas para atividades institucionais da prefeitura, mas que acabou demolida. A inauguração ocorreu em 1909, tendo como prefeito Antônio José Pestana. Durante as gestões, o prédio mudou de cor, mas sempre mantendo a arquitetura inicial. Internamente, modificações diversas foram realizadas.

O Açougue Municipal tem como ano de construção 1915. O prédio foi utilizado para o comércio de carne e derivados por mais de 90 anos, sendo um dos grandes expoentes da economia local, com destaque para colaboração dada ao crescimento da feira livre. Durante os mais de 100 anos de existência, o imóvel passou por pequenas modificações em sua fachada. No interior, os guichês dos açougueiros (tarimbas) foram retirados para abrigar uma casa destinada à Cultura. O projeto de revitalização prevê a manutenção dos detalhes originais.

O Mercado Público, conhecido tradicionalmente como “mercado de farinha”, é do ano de 1897. O imóvel passou por algumas mudanças ao longo desse período, mas sem perder o estilo e os formatos da construção inicial. Dedicado ao comércio varejista e atacadista, com destaque para diversidade da gastronomia e dos grãos, o setor é parada quase que obrigatória para quem curte os mercados antigos. Os inúmeros boxes comerciais são ocupados por comerciantes permissionários. Apesar de a construção ter ocorrido na década passada, o mercado segue funcional.

Ainda dentro desse contexto de prédios históricos, a Igreja de Santo Antônio é mais um elemento que abrilhanta e embeleza o Centro de Limoeiro. Datada sua construção em 1905, o prédio de propriedade da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação desfruta de riquezas nos detalhes internos e externos. Em 2013, passou por ampla reforma e revitalização, mas sem alterar as características originais. As duas torres sineiras e as varandas internas, que não são mais funcionais, dão um charme especial.

Colaboração – A produção da reportagem contou com a colaboração da arquiteta Tássia Roberta Barbosa de Paula, através de trabalho de pesquisa para execução do cadastro inicial e avaliação de integridade do patrimônio arquitetônico de Limoeiro. (PAULA, Tássia R B. Inventário Urbano de Limoeiro-PE: Estudo Preliminar do Patrimônio Arquitetônico, Histórico e Cultural. Defendido em: 13/07/2016. UFPE)