Folclore é tudo aquilo que nossa gente produz e em Limoeiro, nossa história, nossa arte, nossas festas, nossos costumes, formam um rico patrimônio cultural que nos é motivo de orgulho.

Hoje, data em que vivenciamos no Brasil o Dia do Folclore, não poderíamos deixar de lembrar um pouco das nossas muitas riquezas culturais.

E nós fazemos questão de sempre destacar por aqui o que é genuinamente limoeirense. O MORTO CARREGANDO O VIVO É UMA FORTE TRADIÇÃO DA NOSSA GENTE, como nos explica nosso grande mestre da cultura limoeirense, Fábio André:

“LÁ VEM O MORTO CARREGANDO O VIVO…”

 

Valendo-se das orientações de Hermilo Borba Filho e Ascenso Ferreira vamos encontrar pouca informação sobre o folguedo denominado de O Morto Carregando O Vivo, ou simplesmente Morto-Vivo, como também é conhecido. O folclorista e dramaturgo Hermilo Borba Filho, na sua obra literária intitulada Apresentação do Bumba-Meu-Boi; conclui que o morto-carregando-o-vivo, é um personagem do folguedo da categoria bumba-meu-boi. A brincadeira possui a seguinte composição, um ator mascarado, com o tronco de boneco na frente e os membros inferiores atrás, dando a impressão perfeita de que o inanimado carrega o animado. Na verdade, este personagem é parte integrante do bumba-meu-boi nas regiões de Pernambuco e Paraíba. E sendo encontrado em Limoeiro , Pernambuco como folguedo e não personagem integrante do bumba.

Conta a tradição oral em terras limoeirenses que o Mestre Gervásio não teria passado muito tempo com o folguedo, e logo em seguida falecido. E quem abraçaria a causa seria Waldemiro e Severino, família Bertino Siqueira. A transmissão passada para uma nova geração é caracterizada pela informalização do fato. Caracterizado pela visita dos irmãos Waldemiro e Severino ( de apelido Biino ) à família de Gervásio concedendo a licença e o compromisso de levar adiante a brincadeira. Ou seja, o que se percebe é uma forma lúdica, onde aprende-se por aprender, fazendo e brincando. Por isso, valorizar a importância da oralidade no contexto da perpetuação do fato folclórico. Severino foi coquista também. O que de certo modo deixa-o plugado dentro do universo do popular. O nome O morto carregando o vivo teria surgido quando, ao final de uma noite de farra, dois amigos que beberam muita cachaça saíram do boteco tão embriagados, que um mal conseguia segurar o outro. “É uma representação teatral, mesmo que não tenha a dramaticidade, a técnica aperfeiçoada. O que achei mais impressionante é que as pessoas que querem fazer o folguedo pedem autorização aos mais velhos e ainda realizam a primeira apresentação em frente à casa deles.

Outra inovação registrada no ano de 2006 do referido folguedo é o nascimento do mortinho, criado por Libório, que tem 25 anos e trabalha na feira de Limoeiro, sendo o responsável pelo folguedo há quatro anos. “Uma criança de uns oito anos fica dentro de uma caixa grande e o grupo vai acompanhando o trajeto. Num dado momento, as pessoas batem palmas e a criança sai da caixa e começa a dançar”, descreve. Também é interessante notar que, décadas atrás, O morto usava uma meia com pintura no rosto, enquanto hoje são utilizadas máscaras.